Vale-tudo de (nenhum) respeito

Demóstenes Torres, ex-senador da República

Algumas reflexões a respeito do duro artigo do procurador de Justiça e ex-senador Demóstenes Torres, publicado na edição do jornal Diário da Manhã de hoje (Ronaldo Caiado: uma voz à procura de um cérebro), e da não menos dura resposta do senador Ronaldo Caiado (DEM) em nota oficial:

– Dois homens públicos experientes se perdem em troca de acusações que oscila entre financiamento de campanha até encontro casual em restaurante de rodovia;

– A lavagem de roupa suja traz mais prejuízos à imagem de Caiado, que se vê envolvido em nova polêmica. E desta vez com Dilma e Lula rindo pelas paredes;

– Demóstenes e o amigo Cachoeira não têm nada a perder, muito pelo contrário. E ninguém sabe ao certo a extensão do arquivo de gravações e dossiês do empresário;

– Depois das citações a Agripino Maia e ACM Neto, um nome passou batido na troca de acusações: José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal cassado por corrupção;

– Com as razões muito bem expostas por ambos, resta apenas marcar hora e local para o acerto de contas. “Amanhã, às 2 horas na Ceilândia, em frente ao lote 14, é pra lá que eu vou…” (Faroeste Caboclo/Legião Urbana);

Ronaldo Caiado (DEM)

– Expressões como “não o pouparei” (Demóstenes) e “a briga é entre nós dois” (Caiado) podem facilmente ser editadas em vídeos de pancadaria entre adolescentes nos colégios de ensino médio pelo país;

– Citados no artigo, governador Marconi Perillo (PSDB) e ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) devem soltar nota oficial conjunta com apenas uma frase: “Nos incluam fora dessa”;

– A competente assessoria jurídica de Marconi, aliás, até o momento não anunciou a intenção em processar Demóstenes. O ex-senador acusou o governador por ter gasto “uma fortuna dos cofres públicos para custear sua absolvição”;

– O 31 de março realmente tem tudo a ver com golpe na política. Em se tratando de Demóstenes e Caiado, golpes baixíssimos, bem abaixo da linha da cintura;

– Bandido, traficante, mentiroso, psicopata, oportunista, bravateiro, bicheiro, vagabundo…As duas peças jornalísticas fizeram a alegria de quem gosta de uma baixaria daquelas na política. E não são poucos;

– Com estilo, Caiado devolveu a bola para Demóstenes: ou o procurador de Justiça apresenta algo de concreto contra o senador, alguma prova cabal de ilegalidade, ou terá jogado por terra o pouco de credibilidade que ainda lhe resta;

– A turma do “deixa disso”, incluindo governistas e oposicionistas, entrou em campo desde as primeiras horas da manhã. O poder de fogo da dupla Demóstenes/Cachoeira ainda causa calafrios em praticamente todos os partidos políticos goianos.