A deputada federal Marussa Boldrin (MDB) corre risco de perder sua cadeira na Câmara Federal para dar lugar ao Delegado Humberto Teófilo (PRD).
A motivação da perda do mandato depende da interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a estipulação de um número mínimo de votos para partidos e candidatos concorrerem às “sobras”.
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A corte retomou nesta 5ª feira (8), no plenário, o julgamento de 3 ações sobre as “sobras eleitorais”, mas ainda não foi votado pelos magistrados após o encerramento da sessão.
Hoje, para uma sigla concorrer às vagas restantes precisaria cumprir 80% do quociente eleitoral – o que não foi cumprido pelo Patriota (hoje PRD).
Humberto Teófilo – ex-deputado estadual | Foto: Alego
A sigla de Humberto Teófilo atingiu 73% do quociente eleitoral de 2022 para a Câmara dos Deputados – 202 mil votos – e não pode concorrer às sobras.
O candidato também não atingiu os 20% para concorrer a vaga – segunda trava prevista.
Teófilo – que voltou a trabalhar como delegado na Central de Flagrantes e acompanha a situação – teve 37.091 votos (18% dos 202 mil votos).
É justamente esta trava que será julgada, junto com o percentual mínimo de 80 e 20% de votos que está na pauta do Supremo.
O tema está parado desde agosto de 2023, quando estava no plenário virtual, após um pedido de vista do ministro André Mendonça.
Apenas 3 votos já foram dados na ação.
3 ministros foram favoráveis à revisão das sobras, mas 2 abriram divergência do relator, o ex-ministro Ricardo Lewandowski, quanto ao prazo da aplicação da regra.
Em seu voto, o magistrado defendeu que o cálculo considere todos os partidos – a partir do julgamento da corte (excluindo os casos da eleição de 2022).
O entendimento de Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, contudo, é diferente. Eles entendem que a regra já seja aplicada desde de 2022.
Consultada pela FZ, a presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB Goiás, Marina Morais, afirmou que Marussa perde a cadeira no Congresso Federal somente se a Corte formar maioria pela retroação dos efeitos.
Caso o entendimento seja a maioria, Marussa perderia o mandato.
Este, no entanto, não é o entendimento da defesa da parlamentar que se embasou no voto do ministro Alexandre de Moraes.
Em nota, a assessoria da emedebista afirmou que o que está em discussão no STF é a revisão dessa distribuição das “sobras das sobras”, o que poderia afetar “apenas 7 cadeiras do parlamento”.
Mesmo assim, em recente manifestação, a advocacia da câmara defende o encaminhamento em favor da segurança jurídica, para que essa nova interpretação seja aplicada apenas caso para as próximas eleições.
De acordo com os cálculos da FZ, Marussa foi eleita na 10ª e última rodada de sobras.
O Patriota, por sua vez, seria a 7ª sigla a ganhar uma cadeira, com 149 mil votos – à frente do MDB que já tinha feito a cadeira de Célio Silveira (MDB).
Contudo, a sigla do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha não pôde concorrer às sobras por causa desta trava que está na pauta do Supremo.
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