Opção sexual da campeã Rafaela Silva merece respeito

Neriton DiasNotícias10, agosto, 2016704 Views

Jogo Limpo com Rodrigo Czepak

Rafaela Silva foi o primeiro ouro do Brasil no Rio 2016 (Foto: Reprodução)

Rafaela Silva foi o primeiro ouro do Brasil no Rio 2016 (Foto: Reprodução)

Opção sexual da campeã Rafaela Silva merece respeito

Medalhista de ouro no judô, a badalada Rafaela Silva mal desfrutou dos louros da merecida conquista e já enfrenta a fúria de uma parcela da torcida brasileira que não aceita sua opção sexual. Simples: a página vitoriosa de superação pessoal e combate ao racismo da campeã olímpica está sendo trocada por ataques rasteiros contra o relacionamento de três anos com a namorada Thamara Cezar.

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Rafaela Silva passou a ser julgada não por seu brilhante desempenho no tatame, mas por se relacionar com outra mulher. Poucos compreendem a trajetória de vida da atleta negra que era obrigada a brigar com os meninos na rua para ocupar espaço na comunidade carente do Rio de Janeiro. Essa adversidade foi fundamental para aflorar o espírito guerreiro na judoca e despertar o interesse na companheira, uma espécie de anjo da guarda da campeã, que renasceu das cinzas após insucesso em Londres (2012).

Exemplo como atleta

A determinada Rafaela Silva caiu e levantou com o apoio da família, dos amigos, da namorada e, principalmente, do técnico Geraldo Bernardes, exímio descobridor e incentivador de talentos. Somente ela sabe quantos obstáculos foram necessários superar para atingir o ponto mais alto do pódio na Vila Olímpica. Nenhum crítico pagou as contas da judoca e a consolou no momento em que a frustração por um resultado negativo falou mais alto.

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Rafaela é, sim, exemplo como atleta. Seu espírito de luta e concentração merece ser copiado em todas as modalidades esportivas. Se determinados pais temem influência negativa da judoca na sexualidade dos filhos, eles que abram o olho, urgentemente, para a realidade que os circunda.

A campeã concedeu dezenas de entrevistas após a conquista da medalha de ouro e não propagandeou o namoro, não fez campanha aberta para relacionamentos homoafetivos. Respeitou a conservadora e muitas vezes hipócrita família brasileira. Rafaela merece, no mínimo, a mesma consideração.

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