Um policial militar foi preso suspeito de aplicar um golpe de R$ 1 milhão em colegas do Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) em Goiânia.
A prisão preventiva do cabo Francisco de Assis Jesus dos Santos Soares de Oliveira foi efetivada na 5ª feira (28).
Na 6ª (29), o Ministério Público ofereceu denúncia contra ele pela prática de estelionato contra 20 outros policiais.
A pedido do MP, a Justiça Militar também acolheu o pedido para bloqueio de valores disponíveis em nome do PM em contas de instituições financeiras localizadas no Brasil ou exterior.
Segundo a denúncia, há cerca de um ano, o policial começou a orientar seus companheiros de batalhão com dicas e mentorias sobre aplicações financeiras em criptomoedas (tipo de dinheiro virtual), ativos de renda variável e apostas esportivas.
Assim, as vítimas começaram a participar de uma banca conjunta, criada e mantida por Francisco de Oliveira, conforme o MP, em uma plataforma on-line com sede no Reino Unido.
Por meio desse sistema, seria possível fazer aplicação de valores em apostas esportivas, com promessa de lucratividade de 30% a 50%.
A denúncia narra que o cabo abordou cada umas das vítimas e, com a mesma argumentação, assegurou-lhes os altos rendimentos e garantiu que se responsabilizaria acaso acontecessem eventuais prejuízos.
O MP apurou ainda que, para fazer parte do grupo de investimentos, o denunciado exigia que cada participante fizesse o aporte inicial de R$ 10 mil.
Ocorre que, após alguns pagamentos de valores supostamente recebidos como lucro, nenhuma das vítimas teria recebido mais nenhum rendimento dos valores transferidos por eles ao cabo.
Quando procurado pelos colegas de corporação, em razão do não pagamento dos lucros prometidos, o denunciado teria lhes informado que os valores aplicados estavam bloqueados por problemas técnicos na plataforma de investimentos.
Segundo o MP, ele teria acrescentado que seria necessário ainda o aporte, de cada um, de mais R$ 2 mil para a liberação.
Como as vítimas não concordaram com a nova exigência, o militar prometeu pagar aos colegas todos os valores recebidos para o suposto investimento até 20 de dezembro de 2021.
Ultrapassada esta data, o denunciado não teria devolvido os valores recebidos, conforme o MP, deixando os demais policiais com prejuízos no valor global de mais de R$ 1 milhão.