O deputado federal Gustavo Gayer (PL) foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta 6ª feira (25), em meio a suspeitas de desvio de verbas do Congresso.
A apuração contra o deputado começou após a análise do celular de um assessor já investigado por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
As análises, segundo a investigação, apontaram condutas ilícitas envolvendo o desvio de recursos públicos para financiar esses atos.
A PF investiga quatro hipóteses principais:
A primeira hipótese sugere que Gayer tentou contratar João Paulo Cavalcanti como secretário, mas não obteve sucesso devido a uma condenação anterior. A partir dessa tentativa, João teria criado a empresa Goiás Online para facilitar essa contratação. Contudo, a PF acredita que a empresa era utilizada como fachada pela assessoria de Gayer, que não teria declarado oficialmente os serviços prestados. A empresa recebeu R$ 24 mil em três parcelas mensais em 2024, de acordo com o portal da transparência da Câmara dos Deputados.
Outra empresa investigada é a “Loja Desfazueli”, registrada em nome do filho de Gayer, Gabriel Gayer. Nesta hipótese, os secretários estariam associados à empresa, mas sendo pagos com recursos públicos.
A terceira hipótese envolve a suposta aquisição por Gayer da Associação Comercial das Micros e Pequenas Empresas de Cidade Ocidental (Ascompeco) para participação em um esquema. A associação estaria recebendo verbas públicas por meio de emendas de congressistas, com base em contratos falsificados que alegavam todas as certificações necessárias. Durante a operação, a PF encontrou pelo menos dois documentos particulares que pareciam ser falsificados. A suspeita surgiu após diálogos entre os investigados, que indicavam um plano para forjar o caráter independente da associação, vinculada ao gabinete de Gayer.
A PF ainda investiga a possibilidade de que Gayer liderasse um grupo criminoso composto por 18 pessoas. Uma 19ª pessoa foi excluída da investigação por falta de vínculos. De acordo com a PF, existem dois núcleos na associação criminosa: um que operava por meio de assessores e aliados no gabinete, e outro ligado ao “contador do grupo”, que atuava com “laranjas”.
A operação da PF foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após relatório indicar a existência de um grupo com estrutura organizada e divisão de tarefas, supostamente voltado para o desvio de recursos públicos.
Como parte da investigação, Gayer e seus assessores enfrentaram 19 mandados de busca pessoal e domiciliar para apreensão de “armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, além de qualquer material relacionado aos fatos descritos”.
Em uma resposta publicada em vídeo em seu Instagram, Gustavo Gayer negou qualquer envolvimento no financiamento dos atos de 8 de janeiro.
Segundo o deputado, seria impossível ter participado de qualquer financiamento com dinheiro público, já que ele ainda não era deputado na época dos acontecimentos.
Gayer e os outros 512 deputados eleitos tomaram posse em 1º de fevereiro de 2023.
O advogado de Gayer, Victor Hugo Pereira, argumentou para a Folha Z que ações dessa natureza não deveriam ser realizadas na reta final do processo eleitoral, “pois atos judiciários podem interferir diretamente na política local, comprometendo a seriedade das decisões”.
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