Esteticista que deixou pacientes com rostos, peitos e nádegas deformados é investigada em Aparecida

Evandro CarlosNotíciasDestaque18, agosto, 2023696 Views

Uma enfermeira, que atua como esteticista em Aparecida e em Goiânia, é investigada pela Polícia Civil (PC) por realizar procedimentos estéticos de maneira irregular.

Clientes da investigada fizeram as denúncias após perceberem problemas em seus rostos, resultado de procedimentos estéticos com a profissional..

A delegada do 5º Distrito Policial (DP) de Aparecida, Luíza Veneranda, investiga os casos.

Segundo ela, todas as sequelas e deformações foram registradas após intervenções feitas pela enfermeira.

Ela relatou que, até o momento, 7 clientes da profissional já procuraram a delegacia com queixas semelhantes.

As vítimas relataram à delegada que ficaram com rosto inchado e partes do corpo, como seios e bumbum, deformados.

Um inquérito foi instaurado para investigar a suposta atuação ilegal da profissão.

Entenda o caso

Peito esquerdo inchado de uma das vítimas | Foto: Divulgação/PCGO

Peito esquerdo inchado de uma das vítimas | Foto: Divulgação/PCGO

A investigada tem formação em enfermagem e pós-graduação em estética.

Em suas redes sociais, no entanto, ela afirma que é formada em dermatologia.

No perfil, ela também divulga procedimentos realizados com ácido hialurônico na região do bumbum, dos seios e do rosto.

Segundo Luíza Veneranda, 3 das 7 vítimas realizaram preenchimento na face e tiveram complicações.

2 mulheres e 1 homem.

Eles tiveram seus rostos inchados e deformações nos olhos.

Os 3 pacientes procuraram a profissional a respeito do que estava acontecendo.

Ela recomendou e prescreveu o uso de antibióticos, dizendo que as complicações eram normais.

Passado 1 mês, os pacientes ainda estavam com as deformações e sofreram sérias complicações.

Todos tiveram que ir ao hospital.

De acordo com a delegada, o homem está tomando antibiótico até hoje por causa dos efeitos colaterais do procedimento.

Denúncias em comum

Peito direito inchado e deformado de vítima | Foto: Divulgação/PCGO

Peito direito inchado e deformado de vítima | Foto: Divulgação/PCGO

Segundo a delegada, todas as vítimas da esteticista relataram o mesmo modus operandi.

A suspeita não fazia nenhum tipo de análise médica anterior aos procedimentos e não explicava os riscos.

As vítimas disseram para a delegada que a suspeita também não fornecia um prontuário.

Eles relataram ainda que a profissional não se vestia adequadamente, tendo casos em que ela não utilizava nem mesmo luvas para realizar os procedimentos.

Veneranda também explicou que a enfermeira não mostrava aos pacientes o produto que iria utilizar.

Relato de vítima

Bumbum necrosado de vítima após procedimento | Foto: Divulgação/PCGO

Bumbum necrosado de vítima após procedimento | Foto: Divulgação/PCGO

No dia 22, uma vítima procurou a polícia.

Folha Z conversou com a mulher sobre o caso.

Ela contou à reportagem que realizou o procedimento estético no seio e no bumbum.

A profissional disse para a vítima que estava utilizando ácido hialurônico com hidroxiapatita.

Durante o procedimento, a vítima reclamou de dores e a enfermeira disse que era normal.

No dia seguinte, ela afirmou ter sentido uma dor insuportável, mal conseguindo se levantar.

Para tentar conter as complicações, a esteticista aplicou injeção de dipirona e antialérgico na moça.

Além disso, ela prescreveu o antibiótico cefalexina para a vítima, mas não deu a receita.

A profissional insistiu que as dores sentidas eram normais, e pediu para que a paciente não procurasse um médico.

No entanto, após alguns dias, o seio e o bumbum da vítima necrosaram.

Diante a situação, a vítima procurou um médico no Hospital das Clínicas da UFG.

Após exames, foi constatado que ela estava com uma grave infecção e precisou ficar internada por 10 dias.

A paciente foi atendida por especialistas em infectologia, mastologia e em dermatologia.

Mesmo liberada pelos profissionais, a mulher continua sob tratamento com antibióticos.

Devido à gravidade da infecção, eles acreditam que a recuperação deve ser demorada e ainda há análise da possibilidade de uma cirurgia para resolver os problemas.

Polícia aguarda perícia
A delegada do 5º Distrito Policial (DP) de Aparecida, Luíza Veneranda, investiga os casos | Foto: Guilherme Coelho/Folha Z

A delegada do 5º Distrito Policial (DP) de Aparecida, Luíza Veneranda, investiga os casos | Foto: Guilherme Coelho/Folha Z

A suspeita afirmou ter usado ácido hialurônico de renome em todos os seus procedimentos.

No entanto, os médicos suspeitam que o medicamento utilizado foi outro que é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Uma biópsia foi feita para investigar o produto.

A polícia aguarda resultados.

Investigação contra a profissional
Delegada Luíza realizou mandados de apreensão e busca na clínica investigada | Foto: Divulgação/PCGO

Delegada Luíza realizou mandados de apreensão e busca na clínica investigada | Foto: Divulgação/PCGO

No dia 10 deste mês, a PC realizou mandados de busca e apreensão na clínica investigada.

A clínica foi interditada e outras medidas cautelares foram aplicadas.

Além disso, a autoridade policial requereu ao Poder Judiciário a indisponibilidade de eventuais bens no valor de R$ 500 mil da suspeita.

O caso segue em investigação.

A divulgação da imagem da suspeita foi autorizada para que outras vítimas com lesões procurem à polícia.


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