Elogiado trabalho de ronda da PM na Avenida T-9 vai acabar

Simve foi considerado inconstitucional pelos ministros do STF e não haverá mais ronda da PM na T-9 (Foto: Ângela Scalon)

A T-9, importante avenida que corta os setores Jardim América, Nova Suíça, Bueno e Marista, tem um dos policiamentos comunitários mais atuantes da capital. A opinião geral dos comerciantes do local é que, após o início da ação, a ocorrência de crimes caiu drasticamente e segue estabilizada. Mas, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) deve acabar com a operação policial.

O caráter comunitário baseia-se no contato direto entre os policiais e os donos dos comércios às margens da avenida. Tudo realizado através da troca de informações, checagem diária, conscientização e prevenção. Segundo um dos agentes dessa ronda, soldado Ribeiro, o vínculo com a região otimiza o trabalho de segurança. “Já conhecemos boa parte dos lojistas pelo nome”, destacou.

Além disso, Ribeiro ressaltou que crimes como furto a transeunte e arrombamento de lojas são quase inexistentes no período de atuação da equipe, que prioriza os horários comerciais mais sensíveis (8h e 18h). “Temos os comerciantes cadastrados e mantemos com eles contato direto, o que torna o atendimento a ocorrências muito mais rápido do que se a denúncia tivesse que passar pelo filtro do 190”, disse o soldado.

Major Cardoso: comandante da 9ª Companhia Independente de Polícia Militar / Foto: divulgação

T-7

Muitos comerciantes da Avenida T-7 reivindicam também uma viatura de polícia dedicada ao patrulhamento exclusivo dessa via. Porém, de acordo com o comandante da 9ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), major Cardoso, o efetivo da PM muitas vezes não possibilita essa ampliação e, mesmo quando existe pessoal disponível, a Secretaria de Segurança não tem recursos para custear as horas extras dos policiais.

Simve

O trabalho na T-9 é realizado por policiais do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (Simve), força policial considerada inconstitucional pelo STF em março de 2015. A determinação do tribunal de que o Estado exonere os quase 2,5 mil servidores do Simve em até oito meses. Na opinião do soldado Ribeiro, quando o Simve acabar, a PM não terá pessoal para manter mais ações como na avenida T-9 e, muito menos, ampliá-las.