Dinheiro desviado na Afipe era repassado a políticos, aponta MP

Neriton DiasPolítica21, agosto, 2020698 Views

O Ministério Público investiga um esquema de desvio de recursos de dízimos e doações à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).

Segundo informações preliminares, o montante apropriado indevidamente poderia chegar a R$ 2 bilhões ao longo de 10 anos de irregularidades.

Os crimes apurados, até o momento, são os de organização criminosa, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal.

Após determinação da juíza Placidina Pires, da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na sede da associação, empresas e residências em Goiânia e Trindade, inclusive na casa do padre Robson de Oliveira, presidente da associação.

 

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Políticos, imóveis e gado

As investigações apontam gastos injustificados feitos pela associação, como compra de imóveis e gado.

De acordo com informações às quais a reportagem teve acesso, parte do dinheiro desviado da Afipe também era direcionada a empresários e políticos, com o objetivo de financiar campanhas eleitorais.

Os nomes dos envolvidos, porém, ainda não foram divulgados pelo Ministério Público, o que deve ocorrer em uma coletiva de imprensa no período da tarde desta 6ª feira (21).

A associação ainda não se posicionou publicamente sobre o caso.

Caso padre Robson

Hackers ameaçaram divulgar suposto caso amoroso do Padre Robson | Foto: divulgação

Como o caso foi descoberto

Ainda conforme o MP, os indícios do esquema foram identificados durante investigação de outro crime.

Em 2019, 5 pessoas foram condenadas por extorquirem o padre Robson de Oliveira, presidente da Afipe e reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, de Trindade.

Segundo os autos, Robson pagou mais de R$ 2 milhões para que o grupo não divulgasse informações obtidas por um hacker.

As imagens e troca de mensagens apontariam para um suposto caso amoroso do padre.

No entanto, segundo o MP, o valor pago mediante extorsão foi transferido de contas bancárias da Afipe.

À época, a associação emitiu comunicado afirmando que o dinheiro já havia sido devolvido à instituição.

Mas a investigação do desvio de recursos prosseguiu, até resultar na Operação Vendilhão, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nesta 6ª feira (21).

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno | Foto: Divulgação/Afipe

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno | Foto: Divulgação/Afipe

Afipe

Fundada e presidida pelo padre Robson de Oliveira, a Afipe é uma associação sem fins lucrativos.

Seu objetivo é angariar e gerir recursos para os projetos do Santuário, como as divulgações pela internet e televisão.

LEIA MAIS ? Operação do MP apura irregularidades na Afipe


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