Delcídio do Amaral: Vingança do “imbecil” – Bastidores de Brasília com José Marcelo

Neriton DiasNotícias05, março, 2016699 Views

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Informações contidas na delação premiada de Delcídio foram vazadas antes da ação da PF que chegou a Lula (Foto: Reprodução)

Informações contidas na delação premiada de Delcídio foram vazadas antes da ação da PF que chegou a Lula (Foto: Reprodução)

Vingança do “imbecil” 1

Não foi o fato de ter sido preso opor tentar atrapalhar as investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal, ou a tentativa de se livrar de uma pena severa, os principais motivos que levaram o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) a fechar um acordo de delação premiada. Um parlamentar do chamado “grupo mais independente” da bancada governista garantiu a este jornalista que a principal motivação foi o sentimento de traição de Delcídio, em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Vingança do “imbecil” 2

O senador Delcídio do Amaral não engoliu o fato de Lula tê-lo chamado de “imbecil”, quando o senador foi preso, por tentar executar um plano para tirar do país o ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró. Na época, Lula chegou a negar a declaração, que teria sido acompanhada de outras, como “burrada” e “coisa de maluco”. Delcídio não engoliu. Homem de confiança de Lula, o senador teria dito que conhece o vocabulário do “amigo” o bastante para saber da autoria das frases, e prometeu ir à forra.

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Vingança do “imbecil” 3

O sentimento de traição e abandono de Delcídio do Amaral foi sendo fermentado pela oposição, segundo a mesma fonte, o que encorajou o petista a puxar o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff para o olho do furação. Delcídio era homem de confiança do Planalto, desde a era Lula. Sempre atuou em defesa dos interesses da Presidência, fazendo “o que fosse preciso”, segundo a fonte, para que tudo saísse de acordo com os interesses da Presidência e do partido. Preso, foi abandonado e resolveu jogar farofa no ventilador.

Barata-voa no Palácio

A reportagem de capa da revista IstoÉ, com supostos trechos da delação premiada do senador Delcídio do Amaral causou um clima de barata-voa, um caos no Palácio do Planalto, nas primeiras horas de quinta-feira. A presidente Dilma Rousseff leu a reportagem junto com o ex-ministro da Justiça e atual advogado geral da União, José Eduardo Cardozo. Apesar de ter colocado Cardozo e o também ministro Jacques Wagner para desmentir a reportagem e desqualificar Delcídio, em entrevistas ao longo do dia, a avaliação no Palácio é que o estrago foi grande.

E deu medo

Pela primeira vez, no Palácio do Planalto, a hipótese de Dilma Rousseff perder o mandato passou a ser considerada como real. Mais que isso. A avaliação é de que o risco é grande, garantiu uma fonte que atua próxima ao gabinete da Presidência.

Pedro Collor do PT

Não só pela oposição, mas até entre os governistas, as informações atribuídas ao senador Delcídio do Amaral, na revista IstoÉ desta semana fizeram o senador ser comparado ao Pedro Collor, irmão do ex-presidente que, em uma entrevista à revista Veja revelou o esquema de corrupção que levou ao impeachment nos anos 90.

A vez de Lula

Mais forte que o medo da presidente Dilma Rousseff perder o mandato foi o pavor que tomou conta de figuras emblemáticas e tradicionais do PT, ao constatar que, desta vez, um membro forte do partido puxou o presidente Lula para o olho do furacão. Durante todo o dia de quinta-feira, petistas só falavam do quanto a delação de Delcídio ameaça jogar uma pá de cal em qualquer esperança de Lula voltar a se eleger presidente.

Protesto dia 13

Por causa das novas denúncias, a oposição aposta em recorde de público na manifestação que está sendo articulada para o dia 13, pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o combate à corrupção.

José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia do CNT Jornal e apresentador da edição nacional do Jogo do Pode Notícias, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília. E-mail para esta coluna: [email protected] (Coluna do dia 03/03)

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