Caixa preta da Lei Rouanet assusta artistas reclamões da corrupção na internet

Neriton DiasNotícias28, junho, 2016702 Views

Jogo Limpo com Rodrigo Czepak

Operação Boca Livre investiga fraudes na Lei Rouanet (Foto: Reprodução)

Operação Boca Livre investiga fraudes na Lei Rouanet (Foto: Reprodução)

Da Boca Livre ao filme pornô com $$ público

Demorou quase 15 anos, mas finalmente a caixa preta da Lei Rouanet está sendo aberta para acabar, ou reduzir pelo menos, com o festival de maracutaias na área cultural. E muita gente importante do meio artístico, em sintonia com promotores de eventos, deixou suas digitais em aproximadamente 250 contratos fraudulentos, proporcionando rombo superior a R$ 180 milhões nos cofres públicos. Se a balburdia generalizada contaminou os corredores do Ministério da Cultura, o que não deve estar acontecendo no âmbito dos governos estaduais e prefeituras?

Fiscalização faz-de-conta

Não adianta tapar o sol com a peneira. A Operação Boca Livre, comandada pela Polícia Federal, Procuradoria da República e Ministério da Transparência, joga luz no faz-de-conta da fiscalização do país. Sob o pretexto de alcançar o benefício da isenção do Imposto de Renda, empresários e produtores culturais abusam de produtos fictícios, superfaturamento de valores e emissão de notas fiscais sem a realização do serviço. Numa comparação artística, a ética e o dinheiro público são tratados como duas prostitutas em filme do renomado Kid Bengala.

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Crianças, índios e casamento

Você aí já se perguntou como algumas empresas conseguem a proeza de contratar shows de cantores famosos, cujos valores oscilam entre R$ 700 mil a R$ 1 milhão, para apresentações restritas a 200, 300 funcionários apenas? Isso sem falar nos desvios já comprovados para a promoção de eventos infantis, atividades indígenas e até casamento. Diante de fraudes tão grosseiras, fica difícil dimensionar a quantidade de servidores do Ministério da Cultura envolvidos em atos ilícitos.

Máfia dos shows

Enquanto a Operação Boca Livre segue investigando o telhado de vidro de muitos artistas que adoram se indignar nas redes sociais com a corrupção generalizada no país, imagine o tamanho do buraco se houvesse apuração semelhante nos ministérios do Turismo, do Esporte e seus tentáculos nos governos estaduais e prefeituras. A máfia atinge proporções semelhantes, envolvendo a contratação de shows para datas comemorativas, exposições agropecuárias, eventos culturais e esportivos.

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Garganta profunda

Não há controle e muito menos parâmetro para contratar um artista, seja ele renomado ou desconhecido. O fator determinante é o QI (Quem Indica), complementado pelo IP (Interesse Político). A Boca Livre, como se vê, tem língua imensa e garganta profunda para proporcionar prazer imensurável às prostitutas do poder. Operações da Polícia Federal tentam colocar um freio no filme pornô em que se transformou a promoção de eventos de lazer e entretenimento em todo o país.

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