Base e oposição preveem postura 'dura' de Caiado pelos próximos 4 anos

O governador Ronaldo Caiado convocou deputados estaduais eleitos em 2022 para uma reunião nessa 4ª feira (25) e deu o tom de como serão os próximos 4 anos do seu 2º mandato à frente do Executivo.

Na fala, garantiu que não vai interferir nas questões internas da Assembleia e pediu “consciência e planejamento na destinação das emendas impositivas”.

Na leitura de parlamentares, aliados e opositores, a avaliação é de que o governador não vai “alisar”.

Essa interpretação tem a ver com a restrição a negociação de espaços políticos na estrutura do governo e com o afastamento de aliados que não mostrarem resultados ou se envolverem em problemas éticos.

“Quero governar sem pretensão de disputar, fiquem tranquilos. Sou aliado de vocês”, assegurou Caiado.

Ronaldo Caiado e a deputada estadual Vivian Naves | Foto: Junior Guimarães

Espaços políticos na gestão Caiado

Conforme já demonstrou nas últimas semanas, o governador não pretende aumentar os espaços políticos dentro do seu secretariado.

O 1º gesto nesse sentido foi a nomeação de Francisco Sérvulo para a Secretaria de Administração.

Secretário-adjunto da Secretaria de Economia e número 2 da secretária Cristiane Schmidt, ele é visto como uma indicação estritamente técnica.

A expectativa é de que Caiado mantenha essa orientação ao promover a reforma administrativa da gestão, não conferindo espaço no 1º escalão para todos os partidos que compuseram a base aliada que apoiou a sua reeleição.

Líder do governo e provável próximo presidente da Alego Bruno Peixoto | Foto: Junior Guimarães

Atuação livre da PC

Outra questão vista como indicativo da “mão firme” do governador foi a prisão do irmão de Daniel Alexandrino pela Polícia Civil de Goiás nesta 5ª feira (26).

Suspeito de envolvimento em desvios promovidos na Saúde Estadual, Daniel é irmão de um ex-secretário de Caiado, o deputado federal eleito Ismael Alexandrino.

Segundo avaliam deputados, a postura do governador no caso foi diferente daquela adotada por gestões anteriores, que costumavam “blindar” aliados por meio de interferências nos comandos policiais.

“Meu objetivo é dignificar nosso Estado com uma política honesta e transparente, não só no discurso, mas na prática”, afirmou Ronaldo Caiado na reunião dessa 4ª (25).